Amanhã, terça-feira, dia 14, às 6h, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de São Paulo, as duas confederações da alimentação (CNTA e Contac) e a Fetiasp (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação do Estado de São Paulo) farão um protesto em frente ao escritório central da BRF, localizada no Jaguaré, contra a decisão da empresa de não pagar PLR (Participação nos Lucros ou Resultados) para os 75 mil trabalhadores nas fábricas de todo o País. A decisão foi tomada em reunião na sede da Fetiasp. A data para o pagamento vence no dia 20 de março, mas a direção da BRF comunicou que o pagamento não será feito.
“Vamos fazer a manifestação e entregar um documento exigindo o pagamento da PLR e comunicando que vamos pedir à Comissão de Valores Mobiliários uma investigação no balanço da empresa”, afirma Carlos Augusto, o “Serrote”, dirigente do Sind. da Alimentação e coordenador da Secretaria Nacional da Alimentação da Força Sindical. No Estado de São Paulo, a empresa tem cerca de três mil trabalhadores no escritório central, na Capital, e unidades em Jundiaí e Sorocaba. “Os trabalhadores ficaram indignados com a decisão da empresa, e o CEO global da BRF, Pedro Faria, gravou um vídeo assumindo a responsabilidade pelo resultado”, informa Serrote.
Em 2016, a BRF registrou o primeiro prejuízo anual da história, de R$ 372 milhões, o que provocou o não pagamento de PLR, segundo a empresa. “Os trabalhadores cumpriram as suas metas do programa de Participação nos Lucros ou Resultados em relação à qualidade e à produtividade, entre outros itens. Se não teve lucro, não é responsabilidade dos trabalhadores, mas sim de quem contrata executivos para fazer a gestão da empresa”, e "não foram os trabalhadores que adquiriram matéria-prima de forma errada ou realizaram investimentos fora, na Arábia Saudita, Argentina, no Reino Unido e na Indonésia, que só produzirão resultados no longo prazo”, afirma “Serrote”.
“Quem tem de pagar pelos erros da má gestão da empresa são os donos da BRF, que sempre obtiveram altos lucros e resultados idem, e não os trabalhadores", criticou o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA Afins), Artur Bueno.
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